
O acidente vascular cerebral (AVC) continua sendo uma das principais causas de morte no Brasil, representando cerca de 100 mil óbitos anuais e afetando aproximadamente 400 mil pessoas a cada ano. Especialistas destacam que grande parte dos AVCs pode ser evitada com a implementação de estratégias eficazes de prevenção e tratamento precoce. Mark Barone, fundador do FórumCCNTs, ressalta que o AVC é uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo, enfatizando a importância da prevenção, do atendimento rápido e de um sistema de saúde bem estruturado para reduzir os impactos dessa condição.
Uma das principais estratégias de combate ao AVC tem sido a utilização de medicamentos trombolíticos, como o alteplase, que têm mostrado resultados positivos na redução das sequelas. Kathiaja Souza, da Boehringer Ingelheim, destaca iniciativas como o programa ` Cidade Angels`, que já capacitou mais de 100 hospitais no Brasil para melhorar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento do AVC . "O programa Angels já alcançou mais de 100 hospitais no Brasil, levando capacitação e melhores práticas para garantir diagnósticos e tratamentos mais rápidos", afirmou Souza.
Desde a implementação das portarias 664 e 665 , de 2012, que viabilizaram o custeio do tratamento trombolítico e a criação de centros especializados em AVC, o Brasil tem avançado na estruturação de uma rede de atendimento. Atualmente, o país conta com 119 centros habilitados, sendo a maioria do Tipo 3, com estrutura para tratamento completo e reabilitação. Sheila Martins, da Rede Brasil AVC/WSO, destacou a importância da incorporação da trombectomia mecânica ao SUS em 2023, baseada no estudo Resilient, que demonstrou resultados positivos no tratamento do AVC.
A prevenção e o controle de condições crônicas, como hipertensão, diabetes e obesidade, têm se mostrado fundamentais para reduzir o risco de AVC. Pablo Maciel Moreira, da Secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista , apresentou as ações realizadas na cidade para a gestão integrada das condições crônicas. "A atenção primária é a porta de entrada para um cuidado mais integrado e preventivo. Investir nessa base é garantir que menos pessoas cheguem ao hospital com um AVC", afirmou Maciel. Em Vitória da Conquista, o monitoramento remoto da pressão arterial e a testagem rápida para diabetes têm permitido a detecção precoce de condições de risco, contribuindo para a redução de complicações.
O SAMU-SP, que atende uma população de até 20 milhões de pessoas durante os horários de pico na cidade de São Paulo , tem desempenhado um papel essencial na resposta rápida ao AVC. Francis Fujii, do SAMU-SP, destacou a importância da triagem eficiente e da educação da população sobre os sinais de alerta. "A utilização otimizada dos recursos pode salvar vidas e melhorar a qualidade do atendimento", afirmou Fujii, ressaltando o papel estratégico do SAMU na gestão de emergências.
O exemplo de Ribeirão Preto, pioneiro no tratamento de trombólise e na implementação de telemedicina nas ambulâncias. Octávio Pontes, da FMRP-USP, mencionou a importância da integração de protocolos regionais e educação, como o projeto " Cidade Angels ", que ensina crianças a reconhecer os sinais de AVC. "O projeto já registrou casos de netos que salvaram avós ao identificar os sinais de AVC", destacou Pontes.
O enfrentamento do acidente vascular cerebral (AVC) no Brasil tem avançado com a implementação de estratégias que envolvem prevenção, diagnóstico precoce, tratamento eficaz e reabilitação. A criação de centros especializados, a utilização de medicamentos trombolíticos e o fortalecimento da atenção primária têm contribuído significativamente para a redução de complicações e mortalidade. Além disso, a integração de iniciativas como o programa Cidade Angels e o aprimoramento dos protocolos de atendimento têm mostrado resultados positivos, garantindo um acesso mais rápido e eficiente ao tratamento. A continuidade desses esforços é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e diminuir o impacto do AVC no país
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