Modulação hormonal pode auxiliar na perda de peso

A partir dos 40 anos, muitas pessoas percebem que perder peso se torna mais difícil, mesmo mantendo hábitos saudáveis. Uma das razões para essa mudança é o declínio natural na produção de hormônios que ocorre com o envelhecimento

Modulação hormonal pode auxiliar na perda de peso
Foto: DINO
Modulação hormonal pode auxiliar na perda de peso

O sobrepeso e a obesidade são questões de saúde pública em escala global. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022 cerca de 43% dos adultos estavam acima do peso. Uma estimativa da organização projeta que, ainda em 2025, 167 milhões de pessoas, entre adultos e crianças, estarão menos saudáveis por estarem acima do peso ou obesas.

No Brasil, o Ministério da Saúde aponta que 55,7% da população adulta apresenta sobrepeso. Para a Dra. Keyla Guedes , médica endocrinologista, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e especialista do Instituto Garaude, os dados ressaltam a urgência de abordagens eficazes para o controle do peso e a manutenção da saúde metabólica. “É nesse contexto que a modulação hormonal pode surgir como uma aliada importante no processo de emagrecimento”, afirma a especialista. 

Avanços recentes vêm transformando a forma como os médicos tratam o excesso de peso e os desequilíbrios hormonais. Novas medicações, que utilizam como princípios a Tirzepatida e a Semaglutida, que agem como hormônio GLP-1, responsável por regular o apetite e a glicemia, estão ganhando destaque na comunidade médica.

“Essas terapias têm demonstrado benefícios adicionais relacionados não apenas à redução de peso, mas também à saúde metabólica, bem-estar e longevidade, especialmente em homens e mulheres acima dos 40 anos”, evidencia Dra. Keyla. 

Avanço na oferta de tratamentos com o GLP-1

Atualmente no Brasil o medicamento com registro e indicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para controle de peso é o Wegovy , que contém a substância ativa semaglutida.

A endocrinologista do Instituto Garaude explica que “a semaglutida se destaca pois atua de forma abrangente não só na redução e manutenção do peso corporal, mas também na regulação do metabolismo da glicose e em diversas condições associadas ao excesso de peso”.

Pesquisas recentes demonstram, ainda, que medicamentos originalmente desenvolvidos para o tratamento do Diabetes tipo 2, como o Ozempic e o Mounjaro, também podem promover resultados consideráveis na perda de peso. De acordo com um artigo publicado no The New England Journal of Medicine , pacientes que utilizaram Tirzepatida, em diferentes doses, atingiram reduções expressivas de peso e composição corporal em um prazo de 72 semanas. 

"A eficácia desses medicamentos é evidente quando utilizados em conjunto com intervenções no estilo de vida. O avanço da medicina nessa área é notável, e já estamos antecipando a chegada de novas medicações ao mercado brasileiro em breve”, afirma Dra. Keyla. 

Qual o papel dos hormônios no emagrecimento?

A modulação hormonal consiste no equilíbrio e ajuste dos níveis hormonais do corpo, geralmente por meio de terapias individualizadas, que podem incluir a reposição de hormônios bioidênticos. A Dra. Keyla informa que os principais hormônios envolvidos na regulação do peso incluem a testosterona, o estrogênio, a progesterona, o cortisol, a insulina e o hormônio da tireoide. 

“Um estudo, publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism , sugere que a terapia de reposição hormonal desempenha um papel fundamental na melhoria da composição corporal em mulheres na menopausa, atenuando os efeitos da redução hormonal. Essa intervenção pode aprimorar a sensibilidade à insulina e preservar a massa muscular, aspectos cruciais para o controle do peso”, esclarece. 

Com o avançar da idade, tanto homens quanto mulheres enfrentam a redução dos níveis hormonais, o que pode levar à diminuição da massa muscular e ao aumento da gordura corporal. "A queda dos níveis hormonais nessa fase aumenta significativamente o risco de obesidade e de complicações metabólicas. Intervenções hormonais personalizadas podem mitigar esses riscos, contribuindo para um equilíbrio que favorece o emagrecimento e a manutenção da saúde”, finaliza a endocrinologista.

Vale lembrar que qualquer abordagem terapêutica envolvendo medicamentos e reposição hormonal deve ser feita exclusivamente sob supervisão médica especializada, para que seja garantido a segurança e eficácia aos pacientes. 

Para mais informações, basta visitar o site do Instituto Garaude .