Iniciativa privada muda foco de investimentos

O interesse da iniciativa privada pela concessão de rodovias ultrapassou o interesse pelo segmento de saneamento.

Iniciativa privada muda foco de investimentos
Foto: DINO
Iniciativa privada muda foco de investimentos

Depois de mais de três anos liderando o interesse de investimento por parte da iniciativa privada, o setor de saneamento perde a dianteira para as concessões de estradas segundo a 13ª edição do Barômetro da Infraestrutura, estudo realizado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base ( ABDIB ) em parceria com a   Ernst & Young , uma das maiores empresas de auditoria do mundo. Esta pesquisa, que é realizada semestralmente, tem o objetivo mapear como empresários e especialistas dos setores de infraestrutura estão enxergando temas que impactam a realização de investimentos, ambiente de negócios e o desenvolvimento de projetos

Na edição de julho de 2025 a pesquisa mantém a previsão de boas expectativas para o setor de infraestrutura nacional apesar, do atual cenário mundial de incertezas, o qual contribui para um ambiente de risco, com tendência de desaceleração da atividade econômica global como apurado pelo WORLD BANK, no relatório Perspectivas Econômicas Globais 2025 e do Relatório de Política Monetária 2025, do Banco Central do Brasil (BACEN) que indica a manutenção de níveis elevados de inflação segue como fator de cautela no cenário global.

Em comparação com a pesquisa anterior, enquanto para o setor de petróleo se é esperado uma estabilidade de investimentos, a atual pesquisa indica aumento de 10,4% nas expectativas de investimentos em rodovias e de 8,5% para o setor de ferrovias e redução de 11,4% e 4,4% no investimento para os setores de saneamento básico e energia elétrica respectivamente.

Esta oscilação de acordo com a 13ª edição do Barômetro da Infraestrutura “convergem com o pipeline de licitações anunciado para concessões rodoviárias em 2025 e 2026. Ao mesmo tempo, apesar da demanda em saneamento continuar sendo expressiva, há uma tendência de estabilização nas intenções de investimentos no setor, em especial a partir da conclusão dos projetos regionais liderados pelo BNDES nos próximos 18 meses”.

Para Paula Pincelli T. Vivacqua , sócia responsável pela área de saneamento da Vivacqua Advogados , “inúmeros desafios já foram superados pelo setor de saneamento, atualmente a internet das coisas (IoT) tem ajudado na eficiência do setor ao permitir o monitoramento em tempo real de reservatórios, estações de tratamento e redes de distribuição, contribuindo assim com a redução de desperdícios, o que colabora na atração de investimentos para o setor, mas atualmente a falta de padronização das regras tarifárias, a regulamentação fragmentada, a ausência de definição de políticas de transparência e sistemas de auditoria independentes eficientes, junto com o prazo exíguo para a universalização dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto, tem sido um fator de desmotivação para a iniciativa privada”.

Segundo Ricardo Vivacqua , sócio fundador da Vivacqua Advogados, “apesar das recentes oscilações nas regras e uma onda de desistências de projetos de energia renovável, o setor elétrico nacional continua atraindo investidores, mas a área que mais requer investimento é a de transmissão de energia, que ainda possui gargalos”.



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