As startups tornaram-se comuns em vários setores da economia (como educação, saúde e transporte) e já chegam a mais de 12 mil no Brasil, segundo dados de um relatório feito pela plataforma especializada em negócios Cortex Intelligence em parceria com a rede de empreendedorismo Endeavor.
A título de comparação, no ano de 2000, o país possuía apenas 365 startups. O termo, originário do inglês, é usado para se referir a negócios com determinadas características. Entre elas, está a fácil escalabilidade (ou seja, que podem aumentar sua oferta ou alcance) sem crescimento proporcional dos custos e o uso intensivo de tecnologia, explica a Associação Brasileira de Startups ( Abstartups ).
“As startups estão ganhando cada vez mais espaço. Ao contrário de uma empresa tradicional, elas crescem muito nos primeiros anos, com soluções inovadoras e uma forte base tecnológica. Nos próximos cinco anos, o Brasil deve estar entre os cinco países com mais startups renomadas”, diz Junio William. Ele é CEO da Aluga Aí, startup especializada na locação de veículos para empresas.
O relatório da Cortex Intelligence e da Endeavor aponta ainda que os segmentos de tecnologia da informação e serviços respondem por mais da metade da quantidade atual de negócios desse tipo. Em seguida estão varejo, financeiro e indústria.
Na avaliação de William, há outros três segmentos que possuem grande potencial: mobilidade, sustentabilidade e voltados para entretenimento. “Startups dessas áreas estão e estarão sempre em grande crescimento e sendo procuradas por investidores”, alega o executivo.
A pesquisa analisou ainda o faturamento das startups e identificou que 45% delas se encaixam como microempresas; ao passo que 24% são de porte pequeno; 20%, médio; e 11%, grande. Em relação à localização, a cidade de São Paulo (SP) lidera, sendo sede de 30% das startups.
Diante da sua experiência no ramo, William vê com bons olhos o futuro e destaca que as startups têm recebido cada vez mais atenção. “Há alguns anos, quase não víamos projetos ou núcleos voltados a esse setor. Hoje, por exemplo, temos um departamento bem estruturado do próprio Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas] voltado para startups”.
Apesar do otimismo e do crescimento, ele ressalta que ainda há desconhecimento do que são as startups por parte da população em geral, especialmente entre indivíduos não ligados ao mundo dos negócios e da tecnologia.
“O mercado de startups no Brasil ainda não é conhecido por todos. As pessoas consomem as soluções. mas não se dão conta que aquilo é ou já foi uma startup. Um exemplo disso é a Netflix e o iFood, que nasceram como startups”, exemplifica.
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